Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; II Timóteo 3:16

Aprendendo o que é o Primeiro, o mais Alto e o Maior

Aprendendo o que é o Primeiro, o mais Alto e o Maior
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APRENDENDO O QUE É PRIMEIRO, O MAIS ALTO E O MAIOR

 

A vida de muitas pessoas é uma confusão. Tudo é aceito sem importar o valor, e passa a uma massa sem relação e fora de foco. Isto não é verdadeiro em Cristo.

PARA SER UM CRISTÃO A PESSOA PRECISA COLOCAR SEUS VALORES EM ORDEM E SUA VIDA EM FOCO

É preciso buscar em primeiro lugar, o reino de Deus e sua justiça:

"Mas buscai, em primeiro lugar, o reino de Deus e sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas." (Mateus 6:33)

Escolher a boa parte, que não será tirada:

"Respondeu-lhe o Senhor: Marta, Marta, estás ansiosa e perturbada com muitas coisas; entretanto poucas são necessárias, ou mesmo uma só; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada." (Lucas 10:41-42)

E, esquecendo todas as outras coisas, prosseguir para o alvo "da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus":

"Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo pelo prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus." (Filipenses 3:13-14)

TAL CONCENTRAÇÃO DO CORAÇÃO E DA VIDA É DA PRÓPRIA ESSÊNCIA DO DISCIPULADO

Mas se há um foco em Cristo essencial para se tornar um cristão, há também um foco em Cristo que é essencial para o desenvolvimento de uma vida espiritual bem equilibrada. Nem tudo no reino de Deus tem igual importância. Algumas verdades assentam no coração do evangelho e são estas verdades fundamentais que impregnam todo o resto do evangelho com significado. Precisamos portanto encontrar o centro de gravidade do evangelho e fazer dele o foco de nossa pregação e nossa fé.

Jesus, em sua fulminante repreensão dos escribas e fariseus pela hipocrisia deles, ataca seus valores espirituais como completamente fora de condições. "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas cousas, sem omitir aquelas! Guias cegos, que coais o mosquito e engolis o camelo!" (Mateus 23:23)

Lucas relata: "... Ai de vós, fariseus! Porque dais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as hortaliças e desprezais a justiça e o amor de Deus." (Lucas 11:42)

Nas palavras de nosso Senhor não é dirigido ao cuidadoso pagamento do dízimo de ervas miúdas da horta ("Isto devíeis ter feito") mas à grosseira negligência hipócrita deles de coisas imensamente mais importantes.

Eles estavam na posição ridícula de um homem que de modo algum comesse uma mosca (imunda), mas desse um jeitinho de comer camelos (igualmente imundos).

O princípio do foco e do equilíbrio está evidente aqui. Algumas coisas na lei de Deus são mais pesadas do que outras. Não mais necessárias, porém mais pesadas. E a razão do seu peso maior é que elas são atitudes do coração que ficam bem no meio de uma vida devota.

SÃO OS VALORES QUE DETERMINAM A ATITUDE DE UM HOMEM PARA COM O PRÓPRIO DEUS

Uma coisa é ser comprometido com certos mandamentos e Deus e outra ser comprometido com o Senhor. Não somente algumas coisas na lei de Deus são mais pesadas do que outras, mas alguns dos mandamentos de Deus são maiores do que outros. Quando a Jesus foi perguntado por um certo escriba qual era o "GRANDE MANDAMENTO" da lei ou, como Marcos o diz, "QUAL É O PRINCIPAL DE TODOS?", Jesus respondeu que era o mandamento para amar a Deus com todo o coração:

"Mestre, qual é o grande mandamento na lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento." (Mateus 22:36-37)

"Aproximou-se dele um dos escribas que os ouvira discutir e, percebendo que lhes havia respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os mandamentos? Respondeu Jesus: O primeiro é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor." (Marcos 12:28-29)

E o que torna esse mandamento maior do que "não roubareis" ou "não cometereis adultério," ou "não arredondareis as extremidades de vosso cabelo"? O fato que esse mandamento está no coração da relação de um homem com Deus e determina sua atitude para com tudo que Deus pediu a ele.

Um judeu, muito cônscio de não danificar as extremidades de sua barba (Levítico 19:27), provavelmente trataria com indiferença os mandamentos menos atraentes quando não havia nele amor a Deus.

Mas o homem que ama a Deus tratará tudo o que ele tem dito com reverência, até mesmo o menor deles:

"Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus." (Mateus 5:19)

Amar a Deus com todo o coração não é o único mandamento de Deus, mas é o primeiro e o maior, porque nossa atitude para com Deus determina nossa atitude para com sua palavra, toda ela.

O MESMO PODE SER DITO DO PLANO DA REDENÇÃO

Há muitas coisas no Novo Testamento ditas serem essenciais à salvação, mas são certamente de modo nenhum iguais em peso.

O batismo não é igual em importância à graça de Deus. A fé não é igual em valor à cruz. A igreja local não está nivelada em importância com a intercessão de Cristo por seus santos.

E isso é verdadeiro ainda que a salvação fosse anulada pela rejeição de qualquer destas coisas. Paulo não disse: "Longe esteja de mim gloriar-me, salvo na autonomia das igrejas locais" ou batismo, ou fé, ou a Ceia do Senhor, mas "na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo." (Gálatas 6:14)

Sua fórmula simples era: "Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor" (1 Coríntios 1:31; 10:17). Em resumo, o que Deus tem feito e está fazendo em Cristo para nos dar a redenção sempre será enormemente mais importante do que poderíamos fazer para aceitar a redenção que Deus livremente dá em sua misericórdia.

O propósito da severa repreensão ao muito arrevesado sistema de valor dos fariseus não foi forçar uma escolha entre "justiça, misericórdia e fé" e "dar o dízimo da hortelã, da erva doce e do cominho". Ele afirma claramente que não era uma questão de "ou isto ou aquilo", mas de "tanto isto quanto aquilo".

O que o Senhor queria deles era um reconhecimento de onde o âmago da questão está, para que eles pudessem continuar construindo aquela bela, bem equilibrada integridade espiritual que ele tem desejado para todos os homens.
 



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