Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; II Timóteo 3:16

Estamos Separados: Pelas Nossas Próprias Vontades

Estamos Separados: Pelas Nossas Próprias Vontades
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ESTAMOS SEPARADOS:       
PELAS NOSSAS PRÓPRIAS VONTADES

 

Porque nós não temos a mesma atitude com relação aos mandatos do Senhor? Porque não nos esforçamos para mudar o dia a dia diante dos mandamentos, estatutos e ordenanças do que é maior do que qualquer presidente humano?
 

Por causa de dois motivos básicos:
 

1-Não atinamos para as conseqüências da desobediência à Palavra falada.
2-Não conseguimos por atenção às profecias faladas a nós pelos santos profetas de Deus de nosso tempo, pois ouvimos as mensagens da mesma forma que recebemos as notícias que nos vêm pela mídia. Somos desatentos e negligentes.
 

A Bíblia nos exorta a respeito disso:"PORTANTO, convém-nos atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nos desviemos delas." (HB 2:1)
 

O fato de sermos negligentes e desatenciosos nos leva a tomar uma atitude irresponsável quanto à Palavra e quanto à nossa própria vida.
 

Sempre achamos que haverá um tempo para consertarmos aquilo que precisa ser consertado, e às vezes nem temos noção do que deve ser consertado, pois essa noção vem por revelação da palavra ouvida. Tanto a fé em Deus como a consciência do nosso estado vem pela revelação que o Espírito Santo nos traz quando ouvimos a Palavra.
 

O Senhor nos manda que sejamos santos. Como tratamos essa ‘informação’? Achamos que é algo bom e vamos “tentar” manter um certo distanciamento das coisas grosseiras. Não tomamos atitudes práticas para mudar o nosso dia a dia como fizemos com relação ao racionamento, ou como fazemos com relação aos gastos com combustível (se bem que alguns não mudam quanto aos gastos com combustíveis, pois têm o costume de pagar depois e isso cria um sentimento de que na hora do pagamento ‘a gente dá um jeito’).

    Convém atentar...
    Convém a nós, atentar...
    Convém a nós atentar com mais diligência...

Convém ouvir as coisas de Deus, pois elas nos trazem santidade e a vida eterna. Convém a nós ouvir e fazer uma separação entre as notícias faladas pelos homens e os mandamentos de Deus.
 

Algumas notícias, se não ouvirmos, não nos trarão conseqüências. Outras produzirão efeitos mais ou menos graves, mas a negligência à Palavra de Deus traz implicações eternas.
Parece que estamos vivendo num século onde a negligência faz parte do caráter assim como a cor da pele. Somos negligentes e, pronto!
 

Por causa da negligência não crescemos, não evangelizamos, não buscamos a Deus, não plantamos, e não colhemos.
 

Convém atentar para as verdades ouvidas...
Tenho percebido que a maior parte das palavras que ouvimos, das profecias que recebemos são esquecidas pouco tempo depois.
 

Isso é decorrente de algumas coisas: a negligência,  e por que não temos o hábito de escrever, de anotar as coisas que o Senhor nos fala. Confiamos numa memória cada vez mais cheia e comprometida.
 

É preciso atentar, e não somente isso, mas atentar com mais diligência.
Ser diligente é ser caprichoso, cuidadoso, dedicado, ter o sentimento de urgência (não de pressa), não adiar, não procrastinar. Não ser néscio, não ser tardio no cuidado, ser responsável. Ser eficiente, conseqüente. A diligência faz parte da vida daquele que se acostumou a começar e terminar seus projetos.
 

Devemos ser mais diligentes quanto às coisas que ouvimos para não andarmos a deriva.
Isso significa não andar sem rumo.
Pode ser que uma pessoa esteja sem rumo, não por falta de planos, mas por excesso de planos. Com relação ao nosso Deus, andar à deriva é andar nos nossos próprios planos sem andar nos planos Dele.
 

Um homem pode fazer muitos planos...
Podemos ter o desejo de realizar muitas coisas sem atentar com diligência nos planos de Deus.
O Salmo 139 diz que o Senhor escreveu os nossos dias antes que eles existissem e os determinou, cada um deles.
 

A vida cristã consiste em descobrir a cada dia aquilo que o Senhor escreveu a nosso respeito, e nisso andar.
Andar a deriva é andar fora dos planos do Senhor.
Marta tinha muitos trabalhos e não estava fazendo aquilo que era o essencial.
 

Há um plano, um projeto do Senhor para cada um de nós:
 

"PORTANTO nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus. Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos."HB 12:1-3
 

Esse texto fala de uma carreira. Mas, antes, fala de uma nuvem de testemunhas que nos rodeia.
Fala daqueles homens e mulheres citados no capítulo 11 (dos quais o mundo não era digno) que foram exemplo de persistência em andar na visão e planos do Senhor.
Pessoas que deixaram as coisas mais preciosas para andar na carreira que lhes estava proposta.
 

Segundo o texto é como se essas pessoas estivessem numa arquibancada nos vendo correr numa prova. Eles estão torcendo por nós.
 

O escritor fala que devemos prestar atenção na nuvem de testemunhas e também fala de deixar e correr, olhando para Jesus.
 

Então os verbos importantes nesse texto são: OLHAR, DEIXAR E CORRER. Olhar para as testemunhas tendo-as como modelo de pessoas que correram a mesma carreira na qual estamos e venceram.
 

Pessoas que deixaram seus lugares, suas famílias, subjugaram reinos, fecharam a boca dos leões, moraram em cavernas, da fraqueza tiraram força, perderam entes queridos, puseram em fuga exércitos, fora apedrejados, queimados, serrados ao meio, viveram no deserto, por causa de uma carreira.
 

Eles deixaram. Sempre temos que deixar alguma coisa em favor dos nossos ideais. Quando queremos comprar alguma coisa de valor, deixamos de comprar outra de menos valor para economizar para aquela. Quando queremos vencer em um vestibular nos dedicamos a isso e não nos envolvemos com coisas que nos dão prazer nesse período. Quando encontramos a alguém que amamos nos dedicamos a ela, e toda a nossa atenção é voltada para isso. Quando somos convocados para o exército procuramos agradar àquele que nos arregimentou.
O escritor fala de deixar duas coisas, o peso (embaraço) e o pecado.
 

Todo pecado é um peso e embaraço. Disso sabemos, não temos dúvida. Não é isso que atrapalha a maior parte de nós.
 

O que atrapalha são os pesos que levamos em nossas vida e que NÃO SÃO PECADO, pois, nem todo peso é um pecado.
O que nos atrapalha na vida cristã são as coisas lícitas, normais e legais.
 

Jesus nos ensinou isso quando contou a história de um homem que deu um banquete e convidou algumas pessoas. Os convidados não compareceram por motivos lícitos. A maior parte do tempo não andamos naquilo que o Senhor deseja por causa de coisas lícitas.
 

“Jesus, porém, lhe disse: Certo homem dava uma grande ceia, e convidou a muitos. E à hora da ceia mandou o seu servo dizer aos convidados: vinde, porque tudo já está preparado. Mas todos à uma começaram a escusar-se. Disse-lhe o primeiro: Comprei um campo, e preciso ir vê-lo; rogo-te que me dês por escusado. Outro disse: Comprei cinco juntas de bois, e vou experimentá-los; rogo-te que me dês por escusado. Ainda outro disse: Casei-me e portanto não posso ir.”  (Lc 14:16-20)
 

Três coisas lícitas impediam aqueles homens: um terreno, umas juntas de bois e o casamento.
Essas três coisas são figura de nossas propriedades, nossas atividades e nossos relacionamentos.
 

Se prestarmos a atenção devida, veremos que são essas coisas que nos impedem de correr a carreira que nos está proposta.
 

Não é pecado ter um terreno, ou uma casa. O pecado é quando essas coisas nos têm, nos dominam.
Não é pecado ter as nossas atividades. Pecado é quando essas atividades nos levam para longe do Senhor (e o problema é que isso acontece com muita sutileza, não percebemos o afastamento até que é tarde).
 

Não é pecado casar, aliás, isso faz parte do plano normal de Deus para todo ser humano, exceto para alguns especiais. O pecado é quando fazemos isso fora da vontade de Deus, com a pessoa errada e na hora errada, e quando o casamento assume o primeiro lugar nas nossas vidas pelo fato de nos esquecermos que o casamento foi instituído por Deus para que pudéssemos servi-Lo melhor.
 

Numa corrida o atleta precisa correr com o mínimo de peso.
Na Grécia antiga os velocistas corriam nus. A ciência moderna procura criar tecidos que se aproximem disso, para que o atleta vença sua corrida.
Deixar o peso! Essa é a tarefa inicial para aquele que quer correr.
Não é algo fácil, pois ele vai ter que se desfazer de coisas que lhe são preciosas, como atividades que lhe tirariam a atenção, relacionamentos que tomariam seu coração e cargas que roubariam sua energia.
 

No chamado ao discipulado Jesus não nos chama para algo assim?
Deixando tudo isso para correr a carreira.
Alguns de nós estamos andando com dificuldade e até rastejando. O chamado aqui é para correr!
 

Muitos deixaram de crescer na vida espiritual. Os pecados são os mesmos de anos atrás. As conquistas são quase inexistentes, as vitórias são quase inexpressivas, e não tem grandes planos na obra do Senhor.
 

A idéia do texto não é nos apresentar algumas carreiras para que possamos escolher uma delas, mas fala da carreira proposta.
 

Deus tem planejado uma carreira para nós.
Quero mostrar dois textos que considero de suma importância e que resumem o nosso serviço aqui.
 

"Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor. Pelo que, tendo este ministério, assim como já alcançamos misericórdia, não desfalecemos;” (2CO 3:18 – 34:1)
 

O nosso principal serviço na terra é o mesmo de Jesus, ou seja, mostrar aqui o rosto do Pai, revelar o Pai.
 

As pessoas precisam conhecer a Deus e não uma simples mensagem. Não uma doutrina ou religião.
O Senhor é um Espírito e para que o mundo o conhecesse enviou Jesus, que é a expressão exata do Seu ser.
Jesus, na sua partida, depois de revelar a Deus aos seus discípulos, deixou o Seu Espírito para se revelar através de nós aos que não o conhecem.
A forma que o Senhor escolheu para que as pessoas tivessem acesso à salvação foi pela pregação da Palavra e da demonstração da Sua vida através da sua Igreja. Paulo chama isso de refletir a glória do Senhor. E essa reflexão é chama de nosso ministério.
Outra parte do ministério está relatada no seguinte texto:
 

“Mas todas as coisas provêm de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação; pois que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões; e nos encarregou da palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores por Cristo, como se Deus por nós vos exortasse. Rogamo-vos, pois, por Cristo que vos reconcilieis com Deus.” (2 Co 5:18-20)
Isso significa que o trabalho, ou ministério, que devemos desempenhar ao mundo compreende essas duas coisas:
Refletir a glória do Senhor e Reconciliar o homem com Deus.
A igreja precisa se envolver com esse ministério como a sua prioridade maior.Refletir a glória do Senhor é o maior privilégio e responsabilidade que uma pessoa pode receber na terra. Isso fala de demonstrar o caráter e a vida de Deus em nossos atos e atitudes.
É importante que se diga que a reflexão da glória de Deus acontece como a lua que reflete a luz do sol. Ela não faz qualquer esforço, assim como não podemos nos esforçar para refletir o Senhor. Não é uma questão de esforço, mas de exposição.
A única coisa que podemos e devemos fazer é estar sempre diante do Senhor, não permitindo que qualquer coisa se interponha entre ele e nós.
Nenhuma sombra, nenhum objeto, nenhuma atividade, nenhum relacionamento, nenhum comprometimento.
Não podemos permitir que as nossas propriedades, nossas atividades, nem nossos relacionamentos se coloquem como nossas prioridades em detrimento de estarmos diante dele.
Isso não se refere a um momento em particular, mas em toda a nossa vida. Quando dizemos a alguém que olhe para Jesus como sua referência, se é uma pessoa que não O conhece nós expomos essa pessoa a uma situação difícil, pois o que ela tem como imagem de Jesus são as figuras em quadros ou em crucifixos.
 

A única forma de a pessoa ver algo de Jesus é olhando para pessoas que o tem, em um primeiro momento e, depois de o conhecê-lo vendo-o diretamente pela presença do Espírito Santo revelando-o no coração pela Palavra.
 

Precisamos fixar isso: assim como Jesus no seu tempo aqui na terra foi a expressão exata do Pai, a Igreja é o que se pode ver de Deus, pois ela é o corpo de Cristo, o complemento daquele que enche  tudo em todos.



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